sábado, 10 de setembro de 2011

Treinando as palavras

Eu sinto que devo escrever todos os dias da minha vida, sejam palavras de simples desabafo, seja por puro diletantismo ou por necessidade. É que o cérebro precisa ser exercitado para que a resposta aos estímulos seja cada vez mais rápida. Antigamente eu nutria uma certa ojeriza a postagens pequenas, achava que o texto precisava ser enorme e tal. Por conta disso acabava por não escrever muito. Agora eu vejo que não é o tamanho do texto que importa e sim a mensagem que se deseja passar. Se o texto vai ser grande ou pequeno, depende apenas do que você pretende comunicar ao leitor ou até a si mesmo. Nada pode ser forçado, mas também não se pode deixar dominar pela indolência. Primeiramente, escreva para si mesmo, para se conhecer, para sentir as forças internas e externas, para saber onde está pisando. Depois, deixe o mundo conhecê-lo também. E a inspiração? É só pedir a Deus!

domingo, 28 de agosto de 2011

Divagações

Todo sacrifício requer uma perda! É a lei da troca equivalente: se você deseja obter algo, tem de dar em trocar outra coisa de igual valor. É assim que eu penso. O universo está sempre disposto a nos preencher com os mais puros lampejos inspiração. Só precisamos estar receptivos e prontos para recebê-los, do contrário, eles não conseguem adentrar em nossas almas.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Identidade persistente


"Essa ideia de uma identidade persistente fez você vagar impotente pelos reinos inferiores do samsara por incontáveis vidas passadas. É exatamente isso que agora impede que você e os outros se libertem da existência condicionada. Se pudesse simplesmente largar esse pensamento sobre o “eu”, você descobriria que é fácil ser livre e libertar os outros também.

Se superar a crença em um eu verdadeiramente existindo hoje, você se iluminará hoje. Se superar isso amanhã, se iluminará amanhã. Mas se nunca superar isso, nunca ganhará a iluminação.

Este “eu” é apenas um pensamento, uma sensação. Um pensamento não possui inerentemente nenhuma solidez, forma ou cor. Por exemplo, quando um sentimento forte de raiva surge na mente, com tal força que você quer brigar e destruir alguém, o pensamento raivoso está empunhando alguma arma? Ele poderia liderar um exército? Poderia queimar alguém como o fogo, esmagar como se fosse uma pedra ou levar embora como um rio?

Não. A raiva, como qualquer outro pensamento ou sentimento, não tem existência verdadeira. Não pode nem ser definitivamente localizada em qualquer lugar do corpo, fala ou mente. É como vento no espaço vazio. Em vez de permitir que tais pensamentos selvagens determinem o que você faz, olhe para a vacuidade essencial deles.

Por exemplo, você pode se encontrar repentinamente cara a cara com alguém que você imagina querer te ferir, e surge uma forte sensação de medo. Mas assim que você se dá conta de que a pessoa, na verdade, tem apenas boas intenções em relação a você, seu medo desaparece. Foi apenas um pensamento."

Dilgo Khyentse Rinpoche (Tibete, 1910 – Butão, 1991)
“The Heart of Compassion”, v. 13

Fonte: Samsara

sábado, 20 de agosto de 2011

Conhecendo e reconhecendo

Não tenho dedicado muito tempo para escrever aqui e tampouco em outros lugares, com exceção do livro no qual estou trabalhando. Isso realmente não é de agora, já vem acontecendo faz algum tempo, mas eu ainda estou descobrindo como invocar a inspiração que está dentro de mim. Tem muitas coisas dentro da minha cabeça, excesso de informação, e minha mente não tem conseguido respirar. Como sair desse pandemônio de pensamentos ininterruptos? Talvez eles tenham se acumulado pela ausência de uma válvula de escapem eficaz, um método de catarse. Sinto que escrever, seja em prosa ou verso, me ajudará muito. Por isso estou aqui, mas ainda necessito de mais força de vontade, para continuar, não parar no meio do caminho. Eu nasci sob um signo forte, nasci num dia forte, nasci numa época de acontecimentos muitos intensos, então preciso realizar o que Deus espera de mim. Quando eu alcançar esse estado de lucidez nada mais irá me desviar da minha trajetória... Até lá muita batalha interna. Estou batalhando, mas a teia de ilusão é forte e cismou de pegar minhas fraquezas, o mal que há em mim contra mim. Estou conhecendo, preciso reconhecer para aprender, pois "Quem reconhece conhece, quem não conhece, se enganou passa o tempo, o tempo chega e vão dormindo sem valor".

Durante bastante tempo eu acreditei que as pessoas que lessem muito possuíssem uma enorme cultura, fossem capazes de escrever grandes textos. É claro que isso tem a sua importância, não estou desmerecendo os grandes leitores e escritores, e sim me perguntando até aonde essa cultura é realmente válida, do que ela vale. Se dentro de cada um existe um universo inteiro, um microcosmo, que é reflexo do macrocosmo, por que alguém precisaria sorver conhecimento externo para apreender a realidade? Isso não é o conhecimento verdadeiro, é apenas uma ilusão. Tudo já se encontra dentro de nós, só precisamos descobrir como acordar do sonho, como destrancar a nossa consciência, como despertar a nossa química.

Se até mesmo as palavras que escrevemos um dia irão se dissolver nas infinitas eras, por quê escrevê-las? Para nos conhecermos melhor, eu digo. Eu escrevo para saber quem eu sou, quem é o espírito que habita este corpo, esta carne. Eu escrevo para me purificar, para diluir as coisas ruins e reforçar as boas. Não importa se elas irão se perder nas areias do tempo, por que ficarão eternamente gravadas em minh'alma. Tudo o que eu fizer ficará gravado na minha memória cósmica e isso jamais será apagado.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Sacrifício é renascimento (I)

A minha pergunta é: se você aprendeu algo a ponto de absorver esse conhecimento, você se torna melhor?

Todo dia a gente morre um pouco porque o tempo passa, mas essa morte é a renovação. Contudo, só nos renovamos de verdade se deixarmos a inércia, se nos tornarmos cada vez mais dinâmicos, sobretudo porque os átomos, as moléculas de que somos feitos nunca param de se mover, de nascer, de morrer. E nós continuamos mais vivos do que nunca.

Portanto, sacrifício é renascimento.

domingo, 6 de março de 2011

Treinamento

Escrever todo dia um pouco nos deixa loucos, mas é um treino necessário para sabermos o nosso nível de perspicácia, ou mesmo se estamos afiados e prontos para alguns bons desafios, tanto os textuais quanto os lógicos. Apesar de não serem muitas palavras, elas podem já ter feito toda a diferença, mas talvez eu só consiga enxergar isso daqui a algum tempo, devido à não-linearidade instrínseca à realidade em que vivemos. A solução é continuar exercitando cada um dos nossos sentidos até eles ficarem tão aguçados que deixemos de enxergar o mundo de forma dual.

Em meio à bagunça

Passei boa parte da tarde arrumando a casa junto com minha mãe. Para ser mais específico, o mutirão tem se concentrado no quarto das minhas irmãs desde a semana passada. Nesse dia, tinha tanta poeira no armário que eu fiquei espirrando o dia inteiro. Considerando a minha alergia à poeira, até que não foi tão ruim. A quantidade de coisas jogadas fora é que foi de impressionar... A lixeira ficou quase toda Hoje eu coloquei os mangás e outras histórias em quadrinhos em diversas caixas de poliondas, na parte superior do armário.



Antes disso, nós organizamos de forma considerável a baderna no quarto dos meus pais e eu admito que foi um tanto exaustivo, mas não dá para ser passivo em meio a toda essa bagunça; eu simplesmente não consigo mais ficar olhando tanta confusão e desorganização e ignorar. A desordem em uma casa é péssima mesmo porque bloqueia o fluxo energético, deixa o ambiente desarmonizado, atrai espíritos vagabundos.

Uma vez mais, agradeço à minha noiva e à família dela por me ensinarem o valor e a absoluta necessidade de organização e da limpeza. Assim, eu pude trazer para a realidade da minha família esse valiosos ensinamentos que ajudam o lar a ser tornar um lugar muito mais aconchegante.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Transpiração e inspiração (I)

"Escrever é noventa por cento transpiração e dez por cento inspiração"

Começo o post com essa frase, pois é isso eu estou aprendendo no dia a dia, na marra mesmo, sobretudo tendo de desenvolver a minha dissertação de Mestrado. Não é tão complicado assim, tampouco se parece com uma Hidra de Lerna, mas também não é uma tarefa trivial. É preciso inspiração e muita pesquisa, contudo, é um trabalho especialmente braçal, que requer bastante concentração. Isso também tem acontecido comigo em um outro projeto que retomei recentemente, em parceria com o meu primo. Foi tudo uma questão de colocar as cartas na mesa e, com um pequeno estímulo, começar a debater frequentemente pelo meio de comunicação mais conveniente. Com pouco menos de 120 postagens e, passados quase doze meses - a serem completados em poucos dias -, evoluímos muito mais do que em quinze anos, que foi quando nasceu o primeiro impulso criativo.

Enfim, esses foram só alguns exemplos, mas eu tenho certeza que todos passam ou já passaram por isso, pois faz parte da experiência humana. A diferença é que certas pessoas aceitam o desafio de aperfeiçoarem a si próprias um passo de cada vez, enquanto outras vivem atormentadas pela própria sombra. Não é nenhum segredo e já foi dito até por Nietzsche, que nós mesmos somos os nossos maiores inimigos. É como se você estivesse jogando uma partida de xadrez com seu próprio reflexo no espelho.

Hoje eu posso dizer com convicção que um dos meus maiores estímulos é a minha noiva, a mulher que eu amo com grande ardor, pois possui uma extraordinária capacidade de ler e escrever, é deveras esforçada e inteligente. Só a minha irmã caçula tem igual talento para devorar livros e passar horas a fio escrevendo. E eu aprendo muito com elas, apreendo o valor da dedicação e a necessidade de se praticar, reconheço que a estrada evolutiva é infinita.

E quanto mais você escreve, mais quer e consegue escrever... É incrível! Por isso faça um esforço, escreva um bocado a cada dia e tenha sempre um pequeno caderno e uma caneta consigo, porque você nunca sabe quando vai ter aquela ideia original. See ya!