domingo, 28 de agosto de 2011

Divagações

Todo sacrifício requer uma perda! É a lei da troca equivalente: se você deseja obter algo, tem de dar em trocar outra coisa de igual valor. É assim que eu penso. O universo está sempre disposto a nos preencher com os mais puros lampejos inspiração. Só precisamos estar receptivos e prontos para recebê-los, do contrário, eles não conseguem adentrar em nossas almas.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Identidade persistente


"Essa ideia de uma identidade persistente fez você vagar impotente pelos reinos inferiores do samsara por incontáveis vidas passadas. É exatamente isso que agora impede que você e os outros se libertem da existência condicionada. Se pudesse simplesmente largar esse pensamento sobre o “eu”, você descobriria que é fácil ser livre e libertar os outros também.

Se superar a crença em um eu verdadeiramente existindo hoje, você se iluminará hoje. Se superar isso amanhã, se iluminará amanhã. Mas se nunca superar isso, nunca ganhará a iluminação.

Este “eu” é apenas um pensamento, uma sensação. Um pensamento não possui inerentemente nenhuma solidez, forma ou cor. Por exemplo, quando um sentimento forte de raiva surge na mente, com tal força que você quer brigar e destruir alguém, o pensamento raivoso está empunhando alguma arma? Ele poderia liderar um exército? Poderia queimar alguém como o fogo, esmagar como se fosse uma pedra ou levar embora como um rio?

Não. A raiva, como qualquer outro pensamento ou sentimento, não tem existência verdadeira. Não pode nem ser definitivamente localizada em qualquer lugar do corpo, fala ou mente. É como vento no espaço vazio. Em vez de permitir que tais pensamentos selvagens determinem o que você faz, olhe para a vacuidade essencial deles.

Por exemplo, você pode se encontrar repentinamente cara a cara com alguém que você imagina querer te ferir, e surge uma forte sensação de medo. Mas assim que você se dá conta de que a pessoa, na verdade, tem apenas boas intenções em relação a você, seu medo desaparece. Foi apenas um pensamento."

Dilgo Khyentse Rinpoche (Tibete, 1910 – Butão, 1991)
“The Heart of Compassion”, v. 13

Fonte: Samsara

sábado, 20 de agosto de 2011

Conhecendo e reconhecendo

Não tenho dedicado muito tempo para escrever aqui e tampouco em outros lugares, com exceção do livro no qual estou trabalhando. Isso realmente não é de agora, já vem acontecendo faz algum tempo, mas eu ainda estou descobrindo como invocar a inspiração que está dentro de mim. Tem muitas coisas dentro da minha cabeça, excesso de informação, e minha mente não tem conseguido respirar. Como sair desse pandemônio de pensamentos ininterruptos? Talvez eles tenham se acumulado pela ausência de uma válvula de escapem eficaz, um método de catarse. Sinto que escrever, seja em prosa ou verso, me ajudará muito. Por isso estou aqui, mas ainda necessito de mais força de vontade, para continuar, não parar no meio do caminho. Eu nasci sob um signo forte, nasci num dia forte, nasci numa época de acontecimentos muitos intensos, então preciso realizar o que Deus espera de mim. Quando eu alcançar esse estado de lucidez nada mais irá me desviar da minha trajetória... Até lá muita batalha interna. Estou batalhando, mas a teia de ilusão é forte e cismou de pegar minhas fraquezas, o mal que há em mim contra mim. Estou conhecendo, preciso reconhecer para aprender, pois "Quem reconhece conhece, quem não conhece, se enganou passa o tempo, o tempo chega e vão dormindo sem valor".

Durante bastante tempo eu acreditei que as pessoas que lessem muito possuíssem uma enorme cultura, fossem capazes de escrever grandes textos. É claro que isso tem a sua importância, não estou desmerecendo os grandes leitores e escritores, e sim me perguntando até aonde essa cultura é realmente válida, do que ela vale. Se dentro de cada um existe um universo inteiro, um microcosmo, que é reflexo do macrocosmo, por que alguém precisaria sorver conhecimento externo para apreender a realidade? Isso não é o conhecimento verdadeiro, é apenas uma ilusão. Tudo já se encontra dentro de nós, só precisamos descobrir como acordar do sonho, como destrancar a nossa consciência, como despertar a nossa química.

Se até mesmo as palavras que escrevemos um dia irão se dissolver nas infinitas eras, por quê escrevê-las? Para nos conhecermos melhor, eu digo. Eu escrevo para saber quem eu sou, quem é o espírito que habita este corpo, esta carne. Eu escrevo para me purificar, para diluir as coisas ruins e reforçar as boas. Não importa se elas irão se perder nas areias do tempo, por que ficarão eternamente gravadas em minh'alma. Tudo o que eu fizer ficará gravado na minha memória cósmica e isso jamais será apagado.